quarta-feira, 28 de maio de 2014

Filme "O contador de Histórias"

Alguém não acreditou que ele fosse um caso perdido

Foto: divulgação/pôster do filme.
Descrição para cegos: cartaz do filme O Contador de Histórias
mostra fotos dos personagens dispostos na diagonal. Além do
título, há informações e dados técnicos.

Estou aqui para falar de um filme lindo e brasileiríssimo. A produção biográfica  dirigida por Luiz Villaça é intitulada “O Contador de Histórias”, e confesso que arrancou-me algumas lágrimas no dia em que sentei no sofá de minha sala para acompanhar o enredo.

O filme é de 2009 e baseia-se na vida de Roberto Carlos Ramos, que hoje, formado em pedagogia, é reconhecido como um dos dez melhores contadores de história do mundo. Auto-intitula-se de Embaixador do País das Maravilhas.

A história se passa na década de 1970 e conta como Roberto viveu dos seis aos treze anos como interno na Febem, Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor - atual Fundação CASA - , e mesmo sendo rotulado pela instituição como irrecuperável, foi adotado pela pedagoga francesa Margherit Duvas, que com muito carinho e educação conseguiu resgatá-lo do analfabetismo e da marginalidade, transformando-o assim no grande profissional que é hoje.

Naquela época o ECA ainda não estava em vigor, pois só foi aprovado em 1990. As famílias vÍtimas da pobreza eram encorajadas a entregar seus filhos à Febem, acreditando que lá eles teriam mais chances, estudo. Assim aconteceu com Roberto, e, como vemos no decorrer da trama, retrato do que acontecia verdadeiramente, o destino comum daqueles que chegavam à instituição era o crime.

Hoje as crianças e adolescentes possuem um estatuto e seus direitos garantidos por lei, mas existem pessoas defendendo que estamos superprotegendo-as. O adolescente que comete crime é considerado irrecuperável por esse tipo de pessoa, como um dia Roberto foi, mas com ajuda de alguém que acreditou e foi contra isso, hoje ele pode dizer que é um vencedor. (Maryjane Costa)

Vale a pena conferir este filme que foi premiado com o selo da Unesco, Organização das Nações Unidas.

segunda-feira, 26 de maio de 2014

As crianças-soldados

Garoto-soldado na Revolução Mexicana, em 1913. / Autor: Agustín Víctor Casasola / Wikimedia Commons. Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra um menino com roupa de soldado segurando uma arma no braço direito e uma bolsa no esquerdo. No fundo, de forma desfocada, há outros soldados.

Durante a história, alguns governos passaram a ter uma preocupação em relação à juventude. Uns estabeleceram direitos, criaram estatutos e programas de proteção à educação, saúde, segurança, entre outros direitos civis. Outras nações utilizaram a inocência da infância para propagarem discursos de ódio e ideologias fascistas através da educação. Na infância, os indivíduos não têm a visão do mundo totalmente formada, então se torna muito fácil enganá-las e fazê-las absorver falsos valores.
Um dos mais conhecidos casos foi a Juventude Hitlerista. Criada em 1926, a organização pretendia utilizar os jovens alemães para diversas práticas a serviço do Partido Nazista. Após a ascensão do partido ao poder da Alemanha, em 1930, a educação passou a priorizar a ideologia nazista, inclusive a ideia da supremacia racial germânica. Além disso, tornou-se obrigatório o treinamento militar a partir dos 14 anos para ambos os sexos.

Quando palmadas não edificam

Foto: Wikimedia Commons. Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra
uma mulher sentada no banco de trás de um carro com uma menina no colo. Ambas
estão sorrindo e se olhando.

Jhonattan Anderson

A lei da Palmada, rebatizada de Lei Menino Bernardo, foi aprovada na última quinta (22) pela Comissão e Constituição de Justiça da Câmara (CCJ), e agora segue para análise no Senado. Rebatizada em referência ao caso de Bernardo Boldrini, garoto de 11 anos assassinado pelos pais no Rio Grande do Sul, a lei proíbe que pai e responsáveis batam em menores de 18 anos. Os responsáveis que descumprirem a lei receberão tratamento psicológico e cursos de orientação, além de advertência.
Quando eu era criança, assim como a maioria dos que leem este texto neste instante, levei algumas palmadas, castigado logo após algum momento de travessuras. Bem, agora que cresci, posso dizer que aprendi muitas coisas com meus pais. Mas posso dizer também, certamente, que não aprendi tudo com palmadas. Se sou honesto, é porque nunca vi meus pais enganando alguém. Se tenho responsabilidades e sou esforçado, é porque eles estavam sempre ali, tomando conta de mim, tendo responsabilidades e se esforçando. Eu não aprendi com seus punhos, mas com suas ações e palavras; não com surras, mas com sua presença.
No fim das contas a discussão real não deveria ser se você bate ou não nos seus filhos, mas sim, porque você o faz. A criança quebrou algo seu, então você é paciente e a ensina que aquilo foi errado, ou você descarrega sua raiva e frustração na criança, exercendo um dito “direito” seu de bater em alguém que não pode revidar? Você faz porque é a única alternativa, ou será por que você apenas segue a receita padrão, mecânica, em vez de se empenhar e buscar outra solução?

Eu não cresci traumatizado por ter levado umas palmadas, mas não porque isso é certo, e sim porque eu tinha alguém para confiar e me espelhar. Pela agressão, não vem o respeito, e sim o medo. Tudo é uma questão de parar e olhar para si mesmo, ver se você está realmente se esforçando para ser um exemplo para seus filhos, se você está ali por eles, e não apenas punindo-os por não fazerem algo do jeito que você quer.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Evite gritar com as crianças

Descrição para cegos: foto mostra o rosto
de um homem com a boca muito aberta e
olhos fechados como se estivesse gritando.
Gritos não são, nem nunca serão a melhor forma de educar as crianças. Elas ficam deprimidas, com medo e perdem a confiança que tem nos pais ou responsáveis, sentem que não podem errar e acabam pressionando a si mesmos, tentando achar a fórmula do filho perfeito que nunca irá existir. Então confira algumas dicas para gritar menos.
Ingrid Stephane
- Toda vez que sentir vontade de gritar vá até a cozinha e tome um copo com água. Este é um pequeno truque que tem duas vantagens: vai lhe dar tempo de mudar a emoção impulsiva do momento e, a água lhe ajudará a trazer o controle emocional para seu corpo, pois hidratando o mesmo, você oxigena o cérebro e pensa melhor, deixando a emoção negativa de lado.
- Sempre pense que seus filhos não tem o mesmo nível de experiência e maturidade que você e que eles estão aprendendo sobre disciplina e respeito com você, então o que deseja ensinar à eles?
- Quando sentir vontade de gritar pense sobre porque você tem filhos e o que deseja que eles se tornem no futuro. Os seus gritos irão ajudar a formar ou deformar a personalidade deles.
- Observe que o seu dia a dia e suas frustrações podem ser geradores de gritos, então tente colocar cada coisa em seu lugar: se você está com problemas financeiros, foque em resolver eles e não em descarregar seus receios e medos nos seus filhos.
Perceba que quanto menos você gritar, mais disciplinados eles irão se tornar. Então se você deseja filhos mais “comportados”, então comece a se comportar também e pare de gritar, afinal a comunicação existe e a cada dia se torna mais cheia de ferramentas e recursos e gritar torna-se cada vez mais um gesto primitivo e que demonstra um baixo nível de educação e tolerância.

A curiosidade não mata o gato

 A curiosidade é uma característica infantil. Os olhos que não viram muita coisa e a boca cheia de perguntas faz parte de todas elas, que podendo ou não expressar suas dúvidas, são cheias de por quês.
Claro que a paciência nessas horas é fundamental, ainda mais quando uma pergunta leva a outra e a outra, enquanto os adultos que já "sabem de tudo", pelo menos de acordo com a mente infantil, ficam ocupados em sua própria rotina de trabalho, casa e cuidar dos filhos.
Perguntar não é uma coisa ruim, é ótimo. Ajuda a criança a conhecer mais do mundo que é tão novo para ela, traz para si conhecimento que sabe-se lá quando irá precisar, ajuda a se desenvolver socialmente e a identificar o meio em que vive. Ela absorve elementos da cultura, do clima, da família e até de personalidade,pois a forma que a resposta é dada, seja de forma impaciente ou calma, também irá afetar a criança. Uma resposta em tom de briga pode deixa-la com medo de perguntar outras coisas.
E é sobre a curiosidade infantil que trata a música "Oito anos", de Adriana Calcanhotto. Ela usa o personagem Gabriel, um garotinho na idade em que se quer saber sobre tudo e todos, que já aprendeu a falar, mas não conhece o mundo. Mas o personagem não fica apenas ali, pois se encaixa em todas as crianças curiosas, tantos Gabrieis que existem mundo afora com tantas perguntas, e outras mais.
Ingrid Stephane


Crianças e adolescentes também têm direito à liberdade de expressão

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), entre outras determinações, cita:


A criança e o adolescente devem sempre ser ouvidos, quando queiram ou devam emitir sua opinião, mormente nos assuntos que lhes dizem respeito (arts. 28, § 1º, 45, § 2º, 111, V, 124, I-III, 161, § 2º, e 168).

Descrição para cegos: quadrinho mostra, em cima e com fundo cinza, uma menina e uma mulher vestida de enfermeira com o balão "Minha filha quando crescer será médica!". Ao lado, há um garoto e um homem com o balão "Meu filho está estudando para ser um "ADvogado". Ao lado, uma mulher e uma menina e o balão da mulher diz "Inscrevi minha filha no concurso Miss Infantil 2014". Abaixo desta tirinha, há uma faixa em que está escrito "E os filhos?" Abaixo, há mais três quadrinhos, em fundo amarelo, apenas com as crianças que estavam na tirinha anterior. No primeiro, a menina está pensando em tocar um violão, no segundo, o garoto está pensando em ser ator e, no terceiro, a menina está pensando em ser freira. 

(Kamila Katrine)

quarta-feira, 21 de maio de 2014

A educação especial no Brasil

Foto: Portal da secretaria municipal de educação de São Paulo. Descrição para
cegos: foto mostra uma sala e, à esquerda, uma mulher sentada em uma cadeira
mostrando um livro aberto para várias crianças, vestidas com farda escolar, que
estão sentadas no chão, à sua frente, olhando para o livro.

A acessibilidade é uma necessidade que deve ser aplicada a todos os âmbitos sociais, para que seja garantida a inclusão de todos os cidadãos e cidadãs. A educação especial é um direito essencial a todas as crianças e adolescentes, de forma que os jovens tenham seu direito de aprendizado garantido independente de suas deficiências. O número de matrículas de crianças em escolas especiais no Brasil está aumentando. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), houve um aumento de 9,1% no número alunos matriculados nessa modalidade de ensino, passando de 752.305 matrículas em 2011 para 820.433 em 2012. Apesar do aumento, estas estatísticas ainda podem – e devem – crescer, se a população estiver ciente e operante na função de garantir o direito de nossos jovens. O texto a seguir retirado do site Guia de Direitos, explica um pouco sobre a educação especial. Link: http://tinyurl.com/ltgkj6j


Jhonattan Anderson

Direito à educação especial
A inclusão de pessoas com deficiência na sociedade não requer apenas acessibilidade de locomoção. Requer, também, aceitação social e a garantia de que ela ocorra.
A criança, ao ser diagnosticada com qualquer tipo de deficiência, seja ela intelectual, física ou auditiva, tem direitos semelhantes às demais. Além disso, o cuidado especial destinado a ela, principalmente no que diz respeito à educação, é um dever do Estado e um direito previsto em lei.
 Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Lei nº 7.853 - de 24 de outubro de 1989 - DOU de 25/10/89
  
Para garantir a assimilação de conceitos, a criança que possui necessidades especiais terá direito de participar do desenvolvimento de atividades tanto na Educação Regular, quanto em Escolas de Educação Especial. A escolha do tipo de educação a ela destinada é de responsabilidade dos responsáveis legais e deve ser pautada a partir da filosofia que a Instituição de Ensino deseja desenvolver.
A educação, portanto, mais do que assegurar a aprendizagem daquele que a utiliza, é uma forma de garantir a integração e aceitação social, sendo o primeiro passo para que a sociedade reconheça seus direitos e seu papel como cidadão.
  
Os quadros a seguir explicam melhor o que é Educação Inclusiva e Escolas de Educação Especial e o que pode acontecer em caso de recusa de alunos com deficiência. Dessa forma, os responsáveis poderão avaliar como proceder durante a escolha da escola que melhor se adaptará às necessidades da criança.

Educação Inclusiva
Entende-se por educação inclusiva escolas que visam o processo de inclusão de pessoas que possuem necessidades especiais, em qualquer grau de escolaridade, no ensino regular. Dessa forma, as pessoas com deficiência terão as aulas da educação formal em salas de ensino juntamente com pessoas que não possuem deficiências.
Escolas de Educação Especial
Escolas de Educação Especial são as que possuem um direcionamento específico a um determinado tipo de deficiência. O aluno matriculado neste tipo de escola será auxiliado por profissionais e materiais de apoio direcionados ao desenvolvimento da aprendizagem de forma a trazer o ensino à realidade do aluno. 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Projeto transforma exploração sexual de crianças em crime hediondo

Muita gente não sabe, mas ontem foi comemorado o Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Com base nesse tema, trago a reportagem feita pelo Jornal Hoje, disponibilizada no site do G1, que tratou sobre a aprovação, ocorrida na última quarta-feira, 14, do projeto de lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de criança e de adolescentes. Neste tempo de Copa do Mundo, a aprovação da lei é um ganho para o país.

Maryjane Costa

Imagem: G1/Jornal Hoje. Descrição para cegos: foto mostra
as mãos de uma pessoa sobre as pernas. Há o símbolo da
Rede Globo próximo ao canto inferior direito.
Projeto transforma exploração sexual de crianças em crime hediondo
Presidente Dilma Rousseff deve sancionar até o início de junho.
Projeto já foi aprovado pelo Congresso.



A exploração sexual de crianças e adolescentes vai se tornar crime hediondo no Brasil. A presidente Dilma Rousseff deve sancionar até o início de junho o projeto que já foi aprovado pelo Congresso. Aumentar a punição aos criminosos é também um importante passo no combate ao turismo sexual no país.

A exploração sexual vai ter a mesma punição que crimes como estupro e latrocínio (roubo seguido de morte). Também será inafiançável, com pena de quatro a dez anos, que deverá começar a ser cumprida em regime fechado.

Outra novidade é que a pena rigorosa também se estende aos facilitadores: agenciadores e donos de casas de prostituição, por exemplo. Especialistas dizem que esse é um avanço da lei para intimidar a chamada rede de exploração sexual – que lucra com o abuso de meninos e meninas.

Para a coordenadora da ONG Cecria Karina Figueiredo, instituição que há 20 anos atua na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, a iniciativa manda um recado para o mundo às vésperas da Copa. “Vai ajudar o país a dizer: aqui a exploração é crime, é crime hediondo”.

O Unicef tem o aplicativo Proteja Brasil. Gratuito, ele mostra como e onde denunciar casos de exploração, apontando endereços e telefones mais próximos.

Entidades envolvidas acreditam que a sociedade é a grande fiscal desse tipo de crime, que muitas vezes acontece dentro de casa.

Como denunciar:
Disque 100 é um serviço de utilidade pública da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR), vinculado à Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, destinado a receber demandas relativas a violações de Direitos Humanos, em especial as que atingem populações com vulnerabilidade acrescida, como Crianças e Adolescentes, Pessoas Idosas, Pessoas com Deficiência, LGBT, Pessoas em Situação de Rua e Outros, como quilombolas, ciganos, índios, pessoas em privação de liberdade.

Funciona diariamente, 24 horas. As ligações podem ser feitas de todo o Brasil por meio de discagem direta e gratuita, de qualquer terminal telefônico fixo ou móvel, bastando discar 100. As denúncias podem ser anônimas, e o sigilo das informações é garantido, quando solicitado pelo demandante.

A pessoa precisa dar informações como: quem é a vítima, qual o tipo de violência, quem praticou a violência, endereço, situação da vítima e se algum órgão foi acionado.

As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, no prazo máximo de 24 horas, respeitando a competência e as atribuições específicas, porém priorizando qual órgão intervirá de forma imediata no rompimento do ciclo de violência e proteção da vítima.

Edição do dia 16/05/2014
16/05/2014 13h26 - Atualizado em 16/05/2014 13h49

domingo, 18 de maio de 2014

10 sinais de que uma criança pode estar sendo maltratada:

Descrição para cegos: foto mostra um bebê de
brinquedo de pele negra usando uma fralda rosa.
Abaixo de seu olho esquerdo e na barriga, há
marcas pintadas de vermelho que representam
hematomas.
Maus tratos e abusos contra crianças sempre deixam marcas, as quais podem ser percebidas por qualquer um que preste um mínimo de atenção nelas. Se repetidas várias vezes, podem ser provas de que a criança não está sendo tratada com o carinho e a atenção que precisa.
(Ingrid Stephane)

Confira os 10 sinais que uma criança pode estar sendo maltratada: 

1. Lesões estranhas ou mal explicadas;
2. Queimaduras de cigarros;
3. Lesões nos órgãos genitais.
4. Acidentes domésticos frequentes;
5. Alterações de comportamento, como agressividade ou atitudes destrutivas, furtos, timidez excessiva e dificuldade de relacionamento com crianças da mesma idade;
6. Apresenta baixo rendimento escolar;
7. Emagrecimento ou outros sinais de má nutrição;
8. Lacerações de lábios (frênulo labial);
9. Arrancamento de peças dentárias (“dentes de leite”);
10. Marcas de mordidas,atribuídas a um “excesso de carinho”.

Não deixe que esses crimes fiquem em pune, denuncie. Ligue para o disque-denúncia 100.

sábado, 17 de maio de 2014



O Art. 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente diz: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.”
Mas isso é o que ocorre todos os dias? Lutamos para que a lei se cumpra, ainda que algumas crianças ainda sofram nas ruas enquanto esmolam, pedindo o dinheiro de comer, assim como também aparecem os pais que pedem dinheiro para alimentar seus filhos. A luta é para que possam estudar e ter um futuro longe das ruas onde cresceram, ter comida na mesa todos os dias e a segurança de um lar estável.
Mas, como querer que um problema seja resolvido se a matriz deste continuar igual? A educação é o que, muitas vezes,  dá a chance de mudar de classe social, mas se uma criança não recebe estudo, carinho e incentivo dos pais, que também não o receberam, como ela irá conseguir sair das ruas?
As chances, pelo menos na teoria, devem ser iguais para todos, e para isso as denúncias são primordiais. Para chegar aos ouvidos do conselho tutelar, é preciso antes que alguém leve a informação sobre abusos ou maus tratos,  para, se necessário, a criança seja removida para um abrigo, mesmo que a prioridade seja a que a criança permaneça no meio familiar. Tudo o que precisa é pegar o telefone e discar 100, o serviço funciona 24h e é de graça.
Ingrid Stephane

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Música dos anos 80 apresenta temática sobre exploração sexual de crianças e adolescentes

Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra somente
a sobrancelha esquerda, parte do olho e cabelo de uma mulher
olhando para cima, à esquerda.


Na década de 80, uma das músicas que mais se ouvia nas rádios do país era Camila, Camila, da banda Nenhum de Nós. O que poucos sabem é que a letra desta canção faz referência ao abuso sexual sofrido por uma jovem e é utilizada inclusive em campanhas contra o abuso de crianças e adolescentes. Em entrevista para o blog Childhood Brasil, o vocalista Thedy Corrêa discorre sobre a temática da canção. Segue abaixo a entrevista na íntegra.  (Kamila Katrine)

Desde os anos 80, música“Camila, Camila”’ alerta sobre a violência sexual

“A lembrança do silêncio daquelas tardes
A vergonha no espelho naquelas marcas
Havia algo de insano naqueles olhos
Olhos insanos
Os olhos que passavam o dia a me vigiar, a me vigiar…
Eu que tenho medo até de suas mãos
Mas o ódio cega e você não percebe
Mas o ódio cega” (Camila, Camila)

Quando ainda pouco ou nada se falava sobre abuso sexual de crianças e adolescentes no Brasil, a banda Nenhum de Nós ousou abordar o tema na década de 80 com a música “Camila, Camila“, hoje um clássico do rock nacional. O vocalista e autor da letra, Thedy Corrêa, conta como sentiu a necessidade de falar sobre o delicado assunto. Ele também lamenta que muitas músicas brasileiras ainda estimulem o sexismo e deturpem a imagem da mulher, quando deveriam conscientizar contra a violência sexual. Acompanhe a entrevista com o compositor:

O Dia Nacional de Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes (18 de maio), foi criado há 12 anos, devido a um crime bárbaro com uma menina de oito anos, estuprada e morta carbonizada. Quinze anos antes, com a música Camila,Camila, sua banda já abordava o problema da violência sexual contra jovens. Existem muitas outras Camilas no país que guardam “lembranças do silêncio”‘ e “vergonha do espelho”. Você já pensava nisso na época?
Essa canção foi inspirada em fatos reais, envolvendo uma jovem que nós conhecíamos na época, em 1985. Era uma colega de escola bastante bonita com um namorado violento. Ficávamos intrigados com os motivos que levavam uma garota assim a se submeter e ser maltratada por um rapaz tão estúpido. Ouvimos algumas histórias de situações constrangedoras que ela sofreu e essa foi nossa “faísca criadora” para uma canção que falasse da violência contra a mulher. Por isso os “olhos insanos”, a “vergonha do espelho naquelas marcas”, além da tristeza e indignação na melodia. Hoje, ela vive super bem, tem uma linda família e está bem longe desse antigo namorado… Ainda bem!

Até hoje, a música é muito ouvida. Quando você compôs a letra, já passava pela sua cabeça que poderia ser um alerta para as adolescentes?
Quando escrevemos Camila, jamais esperávamos que fosse fazer tamanho sucesso – até mesmo pela temática complicada. Quando ela estourou, a questão se tornou uma constante em nossas entrevistas, e isso foi fantástico para que se abordasse o tema entre o público jovem.

Por que você acha que a música fez tanto sucesso?
Acredito se deva justamente à abordagem de um assunto que, infelizmente, ainda aflige a sociedade e as mulheres em geral. Não se trata de um tema ligado a um modismo ou uma linguagem datada. O assunto continua atual.

Você pensava na época em abordar temas delicados como o abuso sexual ou a exploração sexual de crianças e adolescentes e o que acha que mudou dos anos 80 para cá em relação ao assunto?
Sempre pensamos em fazer canções que tivessem um conteúdo contestatório. Colocar questões que fizessem parte das “feridas” da sociedade. A violência sexual era pior nos anos 80, porque não era tão debatida quanto hoje. Existe maior consciência por parte da sociedade e mecanismos de proteção que são fruto desta discussão.

Em sua opinião, as meninas hoje estão mais conscientes do problema?

Estão um pouco mais, mas é triste constatar que a música brasileira de hoje não ajuda. Uma pesquisa feita pela MTV há uns anos mostra que apenas Camila tratava desse tema. De resto, assistimos estarrecidos ao avanço de estilos e temáticas que pouco têm ajudado na conscientização do problema. Basta ver gente achando graça quando algum funk se refere às garotas como cachorras, ou algum sertanejo fala em um amor que beira à violência. Isso é um retrocesso. Triste, mas é verdade…

terça-feira, 13 de maio de 2014

O impacto negativo do marketing infantil

Foto: Paul Townsend / Wikimedia Commons. Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra uma família, aparentemente dos anos 50, em uma sala. O pai está sentado em uma poltrona e a filha está sentada no apoio. A mãe e o filho estão sentados no chão e todos estão assistindo à televisão. No fundo, há uma estante com livros e, embaixo, em uma mesinha, há uma bandeja para chá.

O interesse na infância não desaparece nas bordas da política, mas caminha também por diversas esferas da sociedade, como a economia. Há empresas que visam ampliar seu impacto no consumo de um determinado produto através da persuasão na propaganda. Buscam por indivíduos mais susceptíveis a aceitarem que o produto de uma empresa é melhor do que os de outras. Esses personagens mais vulneráveis são as crianças, por apresentarem o senso crítico ainda pouco desenvolvido, podendo prejudicar a absorção dos valores sociais.

O texto “O impacto negativo do marketing infantil” foi divulgado por Bia Cardoso para o blog Amálgama, em 26 de outubro de 2011, e editado para o ‘Cidadania: Infância e Adolescência’. (Arthur Medeiros)

“Somos a sociedade do consumo. [...] Consumo é estímulo para desenvolvimento econômico. Mas até que ponto é saudável consumir tanto? [...] É bom consumir muito? Até que ponto o que é consumido tem sido fundamental para nos definir? A publicidade é a primeira indústria criada exclusivamente para a promoção do consumo. Agora o consumidor deve ser motivado, seduzido a adquirir tal produto ao invés de outro.  

Muitas vezes acabamos não sabendo por que compramos um produto específico. Qual a diferença entre desejo espontâneo e apelo de mercado? As crianças sabem distinguir o que está por trás da publicidade? Ou o objetivo é continuar formando mais ávidos consumidores? A publicidade possui uma avançada tecnologia de persuasão. Onde está a ética ao focar crianças como consumidoras? Afinal, sabemos que crianças ainda não têm o desenvolvimento cognitivo e pensamento crítico completamente desenvolvidos, e muitas vezes não diferenciam um programa de tevê de um comercial. Embora, de acordo com a lei, as crianças não possam comprar um automóvel ou um celular, elas são abordadas diretamente pela publicidade como plenas consumidoras. Basta ver a quantidade de propagandas de celulares com crianças e as propagandas de carro em que pais pegam os filhos na escola.

A polêmica maioridade penal


Imagem ilustrativa: Maryjane Costa. Descrição para cegos: foto com fundo
preto mostra duas mãos segurando barras de parte de uma grade branca.

Você é a favor da redução da maioridade penal para 16 anos? Se você respondeu um sim para a pergunta, sem pensar duas vezes, sugiro que leia este post com atenção e ao final me fale se continua com o mesmo pensamento e o porquê.

Muito se discute sobre isso no Brasil, inclusive, os três projetos mais mencionados neste ano por meio do Alô Senado, espaço virtual onde os senadores recebem sugestões da sociedade, tratam deste mesmo assunto.

Primeiramente, esclarecendo o que é propagado erroneamente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) NÃO defende a impunidade. Segundo artigo 112 do estatuto, medidas sócio-educativas serão aplicadas para os adolescentes entre 12 e 18 anos que cometerem infrações. São elas: advertência, obrigação de reparar o dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação.

Agora você se pergunta o porquê de a lei defender esses adolescentes, certo? Já que eles não são mais crianças e têm plena consciência do que estão fazendo quando cometem um crime. O fato é que, segundo psicólogos, nesta idade o indivíduo passa por um momento de desenvolvimento do projeto de vida adulta e a orientação adequada surte mais efeito no processo de reabilitação do que simplesmente jogá-lo em uma cela, nos braços do sistema prisional brasileiro e no convívio diário com criminosos.

O que devemos entender é que reduzir a maioridade penal é tratar o efeito, não a causa. E o que pediríamos depois? Diminuir para 14 anos? 12? 10??? Essa não é a saída mágica que diminuirá a violência em nosso país. Nossas penitenciárias já estão superlotadas e punir apenas por punir não vai levar a lugar algum.


O certo é bater na tecla da educação até que um dia ela passe a funcionar de verdade e não percamos mais nossos jovens para o crime, nem vejamos suas vidas ou de pessoas próximas a nós indo embora enquanto assistimos em frente à TV.

Maryjane Costa

sábado, 10 de maio de 2014

Khalil Gibran e as crianças

Foto retirada do National Library of Irelan; Livre de copyrights. Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra um lago e, em primeiro plano, um homem em traje executivo no canto esquerdo observando uma criança com um homem utilizando uma vara de pescar. No fundo, há pessoas e crianças passeando ao redor do lago.

Gibran Khalil Gibran foi um poeta e filósofo libanês, que viveu entre 1883 e 1931, e publicou diversos livros e escritos, entre os quais o mais famoso é O Profeta, um compilado de textos que servem como ensinamentos transmitidos pelo personagem Al Mustafá. Ele despede-se da cidade onde passou certo tempo, e antes de sair, deixa alguns ensinamentos para a multidão que se aglomera para despedir-se dele. Dentre estes ensinamentos, um fala especialmente das crianças. No texto ele desmistifica a ideia de que os filhos são pertences dos pais. Eles são livres e dotados de vontade própria, e os pais devem encaminhá-los na vida e protegê-los, mas sem nunca impor-se sobre suas escolhas, sejam elas religiosas, ideológicas ou de opinião, sendo todos estes termos previstos no estatuto da criança e do adolescente. (Jhonattan Anderson)

Segue o texto:

“Depois, uma mulher que trazia uma criança ao colo disse, Fala-nos das crianças.

E ele respondeu:
Os vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós, mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertecem.
Podeis dar-lhes o vosso amor, mas não os vossos pensamentos, pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar os seus corpos, mas não as suas almas.
Pois as suas almas vivem na casa do amanhã, que vós não podereis visitar, nem em sonhos.
Podereis tentar ser como eles, mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.
Vós sois os arcos de onde os vossos filhos, quais flechas vivas, serão lançados.
O Arqueiro vê o sinal no caminho do infinito e Ele com o Seu poder faz com que as Suas flechas partam rápido e cheguem longe.
Que a vossa inflexão na mão do arqueiro seja para a alegria; pois assim como Ele ama a flecha que voa, também ama o arco que se mantém estável.”

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Kes: um filme sobre a infância e liberdade

Poster do filmes kes. Retirado de altscreen.com. Descrição para cegos: cartaz do filme mostra, à direita, "Kes" e embaixo "a film by Ken Loach". Abaixo, há um menino levando, através de uma corda, um falcão, disposto à esquerda, que está voando atrás do garoto sobre um sol alaranjado.

       Um bom filme para pensar como o universo juvenil pode ser suprimido pela falta de perspectiva e de atenção é Kes, poético filme britânico de 1969, dirigido por Ken Loach. Nesta obra nos é apresentada a dura vida de uma criança na classe operária, sob a perspectiva de Billy Casper, um garoto de 15 anos que divide seu tempo entre o desleixo da mãe, a opressão do irmão mais velho e as constantes humilhações no colégio.

        A total falta de perspectiva de vida e incentivo faz com que Billy encontre amparo na tarefa de treinar um falcão encontrado em um ninho numa fazenda próxima. Aprendendo com um livro roubado em uma loja, ele passa os dias a treinar o falcão – o qual ele chama de Kes. Observando a ave alçar voo para depois voltar em segurança para sua luva, o garoto vivencia a relação onde metaforicamente ele possa voar e ser livre, sabendo que pode, a qualquer momento, retornar para junto de uma mão amiga.

        Kes mostra que todos os fatores que compõem um adulto, toda a experiência, o discernimento e até mesmo a força física encontram-se minimizados nos jovens. Esses “pequenos adultos” aparentam viver em um mundo diferente do nosso, mal podendo interpretar nossas complicadas relações e deveres, e tantas vezes incapazes de expressar-se da forma adequada. Entretanto, eles são capazes – e muito – de sentir.


     Porém é, infelizmente, comum o pensamento de que as crianças e adolescentes não possuem complexidade em seus sentimentos e formas de ver o mundo. Talvez seja um lugar comum a máxima de que “as crianças são o futuro”, mas em nada deixa de ser verdade. Então não faz o menor sentido negar a elas atenção, respeito e segurança. E também compreensão, afinal elas não são nossa propriedade ou objeto. Tal como Billy afirma em um trecho do filme, o falcão não é seu animal de estimação; ele é um ser livre, que apenas o lega o privilégio de ser observado.

Jhonattan Anderson

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Vídeo educativo sobre o ECA


O vídeo abaixo foi produzido pelo Centro Integrado de Aprendizagem em Rede da Universidade Federal de Goiás para os cursos de Especialização em Educação para a Diversidade e Cidadania. De forma dinâmica e linguagem de fácil compreensão, o vídeo apresenta alguns princípios fundamentais do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), destacando: Direito à vida e à saúde; Direito à liberdade, respeito e dignidade; Direito à convivência familiar e Comunitária; Direito à educação, cultura, esporte e lazer; Direito à profissionalização e proteção no trabalho. (Kamila Katrine)




A Lei de Adoção e sua evolução no Brasil

Foto: banco de imagens do site morgueFile.
Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra um menino se balançando e
segurando em um balanço. A sola de seus pés estão para cima, em primeiro plano.

Segundo consta no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), A adoção é uma escolha consciente e clara, mediante uma decisão legal, a partir da qual uma criança ou adolescente não gerado biologicamente pelo adotante torna-se irrevogavelmente filho. 

No Brasil, várias foram as leis que regulamentaram a adoção. Entretanto, as primeiras leis eram restritivas, tornando a adoção ainda mais complicada do que hoje em dia. Em 1988, porém, com a criação da Constituição da República Federal, surgiram os primeiros vestígios de melhoria nessas leis. No parágrafo 6o. do artigo 227, registra o princípio de igualdade que deve partir dos pais para com os filhos (adotivos e naturais). 

Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação, modificando assim o art. 1.614 do Código Civil de 1916 que fazia referência a distinções, que, segundo o código, deveriam ser seguidas pelos casais.

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069/1990, e sua reformulação dada pela Lei nº 12.010 de 3/08/2009, consolidou-se a necessidade de proteção às crianças e adolescentes aptos a serem adotados. Havendo nessa última lei, a possibilidade de que o adotado conheça mais tarde, caso deseje, a origem de sua família biológica. 

Com a ideia de família ampliada, além da não necessidade de haver um pai e uma mãe, pensou-se também na possibilidade de que casais homoafetivos pudessem adotar uma criança, direito esse tão reivindicado pelos homossexuais. Sendo assim, podemos perceber que mesmo que haja burocracia, o Brasil está caminhando para permitir que mais crianças possam ter o direito a uma família e a um lar.

(Kamila Katrine) 

terça-feira, 6 de maio de 2014

Brincar também é direito

Foto: Arthur Medeiros. Descrição para cegos: foto mostra
duas meninas, uma maior e outra menor, ambas de biquíni,
em uma praia andando atrás de uma bola branca.

O Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança, da ONU, propõe os direitos ao descanso e ao lazer, assim como a participação de atividades lúdicas apropriadas à idade e a participação livremente da vida cultural e das artes. O tempo livre da criança proporciona a si mesma retorno de um autoconhecimento fundamental para a fase adulta. O lazer saudável e supervisionado por responsáveis oferece à criança a capacidade de usufruir de suas potências físicas, racionais e sociais, fazendo que estas se desenvolvam normalmente ao longo da infância.

       Brincar é o melhor caminho para uma educação integral. Seus benefícios para a criança incluem o desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e de valores culturais, bem como a socialização e o convívio familiar.
Quando uma criança brinca, ela entra em contato com suas fantasias, desejos e sentimentos, conhece a força e os limites do próprio corpo e estabelece relações de confiança com o outro. No momento em que está descobrindo o mundo, ao brincar testa suas habilidades e competências, aprende regras de convivência com outras crianças e com os adultos, desenvolve diversas linguagens e formas de expressão e amplia sua visão sobre o ambiente que a cerca. Brincando, brincando, constitui sua identidade sem se basear em um modelo único (às vezes carregado de rótulos e preconceitos), pois tem a oportunidade de experimentar as situações de maneiras diferentes daquelas vividas no mundo “real”. Tudo isso enquanto se diverte.
A brincadeira ocupa um papel decisivo nas relações entre a criança e o adulto. Atividades lúdicas em ambientes protegidos também diminuem a exposição das crianças aos riscos sociais, e as instrumentalizam para reagirem de forma saudável a situações complexas e ameaçadoras.
Apesar de o brincar ser um ato livre e espontâneo da criança, é preciso que o adulto o potencialize para que alcance resultados mais profundos. Não se trata de, apenas, “deixar brincar”, como se a espontaneidade realizasse a plenitude do brinquedo. A mediação do adulto pode prolongar o caminho trilhado pela criança. E essa função mediadora requer preparação. É preciso resgatar a dimensão lúdica do adulto, muitas vezes esquecida ou recusada. Profissionais da educação infantil, especialmente, devem contar, em seus cursos de formação, com meios que os possibilitem reviver a brincadeira em si próprios.

O resgate da dimensão lúdica torna o adulto mais sensível aos processos de desenvolvimento da criança, aproximando a teoria que estudaram da prática que deve ser exercida. A partir dessa vivência, esses profissionais se sentem aptos a atuar como mediadores no brinquedo e em outras atividades infantis.

De Mônica Mumme, Márcia Mamede e Marco Figueiredo, retirado do site do CECIP e editado por Arthur Medeiros

O trabalho da UNICEF

Fonte: site Wikimedia Commons. Descrição para cegos: ilustração mostra, em fundo azul, o símbolo da UNICEF que, na cor branca, apresenta a silhueta preenchida de uma pessoa segurando um bebê dentro de um globo. Embaixo, há dois ramos de oliveira no contorno do globo, a partir de sua base.

Criado em Dezembro de 1946, com o intuito de amparar as crianças dos países europeus envolvidos (e arrasados) na Segunda Guerra Mundial, o Fundo Internacional de Emergência das Nações Unidas para as Crianças (UNICEF) veio a tornar-se, desde então, a maior instituição internacional de apoio aos direitos da infância e da juventude independendo da nacionalidade.
A partir de 1950, a UNICEF passa a atuar também em países em desenvolvimento cuja população infanto-juvenil necessitava de apoio no progresso da educação e saúde, como também na sobrevivência em regiões conflituosas e de escassez de recursos. Então, em 1953, tornou-se uma agência permanente da Organização das Nações Unidas (ONU) e alterou seu nome para “Fundo das Nações Unidas para a Infância”, mas continuando com a mesma sigla.
A organização é financiada voluntariamente através de fundos governamentais e privados, que atendem em repassar os recursos para os escritórios nas regiões interessadas aos voluntários. Um dos pilares do auxílio às crianças necessitadas é torná-las integrante do planejamento político das nações, impedindo que sejam ignoradas no decorrer de ações do governo ou em catástrofes naturais.

Atualmente está presente em quase 160 nações pelo mundo, principalmente na América Latina, África e Ásia, ajudando a preservar os direitos da infância. A UNICEF atua no Brasil desde 1950, quando montou seu primeiro escritório no país em João Pessoa, Paraíba, fazendo do local uma referência na ajuda humanitária aos estados brasileiros incluídos no semiárido nordestino.

Arthur Medeiros

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Os 5 mitos sobre o trabalho infantil

Créditos: Norberto Alves, site Promenino. Descrição para cegos: foto mostra um menino, virado em direção à direita, levando um carrinho verde de picolé, com esta palavra escrita em cor amarela. Não dá para ver seus olhos, estando visível apenas do seu nariz a todo o restante do corpo, em que ele veste uma regata laranja e uma bermuda jeans. Ele está na praia e ao fundo pode-se ver o mar.
                   
No Brasil, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos órgãos de defesa da criança e do adolescente é o trabalho infantil. Visando uma explicação simples e direta sobre esse problema, o site Promenino (www.promenino.org.br) divulgou no dia 29 de abril uma lista com os cinco principais mitos sobre o trabalho infantil.


O trabalho enobrece e dignifica. Trabalhar não faz mal. É melhor trabalhar do que ficar na rua à toa. As frases soam familiar? É comum escutar pessoas defendendo e exaltando as supostas vantagens de uma criança trabalhar. Mas será que é assim mesmo?

No Brasil, são cerca de 3,5 milhões de crianças e adolescentes no trabalho infantil. Apesar dos muitos esforços pela erradicação, há ainda muitos desafios à frente. Entre os obstáculos a serem enfrentados está a desconstrução do senso comum que aceita e até estimula a entrada precoce de crianças e adolescentes no mercado de trabalho. Para contribuir no debate, o Promenino listou 5 mitos sobre o trabalho infantil e explicou por que eles não passam disto: mitos. Confira abaixo!

1. É melhor trabalhar do que roubar
Crianças e adolescentes têm mais do que essas duas opções para suas vidas. Primeiramente, lugar de criança é na escola. É direito das crianças ter acesso à educação de qualidade e dever do Estado oferecê-la. É por meio da educação que o indivíduo e o país se desenvolvem e abrem a possibilidade de um futuro melhor. A infância e a adolescência são períodos especiais de formação. O lazer, cultura, tempo livre, educação e atividades recreativas são fundamentais é devem ser garantidos por todos.
Além disso, o trabalho infantil não pode ser encarado como uma resposta aos problemas sociais. Ao trabalhar, a criança fica desprotegida e exposta a uma série de riscos, inclusive o de se envolver em atividades ilícitas.

2. Trabalhar não mata ninguém!
Nos últimos cinco anos foram registrados quase 12 mil acidentes de trabalho, envolvendo crianças e adolescentes, sendo que 110 chegaram a falecer. Por ter o corpo ainda em desenvolvimento, crianças não estão aptas a carregar peso ou manusear maquinário ou instrumentos que foram desenvolvidos para adultos.
Fadiga, distúrbios do sono, perda de audição e lesões na coluna são apenas algumas das consequências do trabalho infantil que podem lesionar para sempre o corpo das crianças. Algumas atividades são tão perigosas que só são permitidas após os 18 anos. Trata-se das chamadas Piores Formas do Trabalho Infantil.

3. Ele precisa trabalhar para ajudar a família
Isso é uma subversão dos papéis. A família é que tem a responsabilidade de cuidar e prover o necessário às crianças e adolescentes, e não o inverso. Quando a família falha é papel de toda a sociedade e do Estado agir para garantir a proteção das crianças com
absoluta prioridade, como determina a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Além disso, o trabalho precoce perpetua o ciclo da pobreza. O trabalho infantil retira a possibilidade de uma educação e formação adequadas. Como consequência, quando adulto, a inserção no mercado de trabalho se dá de forma precária, com baixa remuneração e pequena chance de progressão na carreira. Assim, a pobreza se propaga por várias gerações.

4. O trabalho enobrece!
Cidadania, valores, responsabilidade e respeito não são transmitidos por meio do trabalho precoce. É a família, o Estado e a sociedade como um todo que carregam a responsabilidade de oferecer uma formação adequada para as crianças e adolescentes. O trabalho infantil afasta as crianças do convívio com a família, do ambiente escolar e da vivência em comunidade. Longe da família e dos educadores, crianças ficam desprotegidas e vulneráveis.

5. Trabalho traz futuro
Ao contrário, o trabalho infantil rouba o presente e o futuro não só da criança, mas de todo o país. O ingresso precoce no mercado de trabalho prejudica, podendo chegar a impedir, os estudos das crianças e adolescentes. Assim, há uma defasagem na formação que compromete a entrada qualificada no mercado de trabalho. O futuro para quem trabalhou quando criança é ocupar um posto baixo, sendo mal remunerado e sem perspectiva de progressão na carreira. Para o país, a consequência é a persistência de uma massa de mão de obra desqualificada, o que retarda o desenvolvimento econômico e tecnológico do país.

Por Juliana Sada, do Promenino com Cidade Escola Aprendiz

Discutindo os Direitos das Crianças e dos Adolescentes

Imagem: Maryjane Costa. Descrição para cegos: foto mostra a marca do ECA (a sigla com a letra "e" na cor azul, a "c" na cor verde e a "a" na cor roxa com a ilustração de um sol e seus raios amarelos atrás). Embaixo, há um dedo segurando um papel branco em que está escrito, na cor preta, "Criança e adolescente têm direitos!".



Seja bem-vindo!

Este blog foi criado para a disciplina Jornalismo e Cidadania, ministrada pelo professor Carmélio Reynaldo Ferreira, no curso de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O objetivo é abordar assuntos referentes aos Direitos Humanos, no nosso caso, especificamente, Direitos das Crianças e dos Adolescentes.

Segundo o artigo 227 da Constituição Federal: "É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão."

Com base nesse artigo, nossa finalidade é discutir os fatos ocorridos na sociedade e explanar, o que parece não ser de conhecimento para muitos, o conjunto de normas que protege crianças e adolescentes e garante seus direitos. O Estatuto da Criança e do Adolescente foi instituído pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 e, segundo ele, são considerados crianças os menores de 12 anos e adolescentes os com idade entre 12 e 18 anos incompletos.

Formado por cinco pessoas, o blog terá o total de 10 postagens semanais incluindo textos, fotos, resenhas de filmes, artigos, vídeos, entre outros mecanismos que nos ajudem na divulgação do assunto.

Nossa equipe: Arthur Medeiros, Ingrid Stephane, Jhonattan Anderson, Kamila Katrine e Maryjane Costa, ambos alunos do 5° período do curso de Jornalismo na UFPB.

Compartilhe essa ideia.
                                                                                                                                       
   Maryjane Costa