Descrição para cegos: foto mostra uma menina vestida de noiva com o olho direito machucado e arranhão na bochecha. |
Por Jeane Pontes
O casamento infantil é uma realidade, e
embora essa prática seja condenada, é parte da cultura de alguns países da
África, Ásia e Oriente Médio. A
pobreza é a principal razão do matrimônio, principalmente nas áreas rurais. É
costume os pais comercializarem suas filhas para futuros casamentos em troca de
um pouco de dinheiro para o sustento do restante da família, e as meninas são
vendidas sem o direito de escolher seu próprio destino.
Sonita Alizadeh é uma jovem afegã que,
como muitas meninas, viu seus sonhos serem ameaçados pelo casamento precoce. Quando
ficou sabendo o que iria acontecer, a garota usou a música como arma para denunciar
tudo o que estava vivendo e para escapar do futuro traçado por sua família.
“Gostaria que você soubesse que as
mulheres não estão à venda” é o que diz um trecho do rap feito por Sonita
“Brides for Sale”. O clipe que está disponível no Youtube, mostra a jovem
vestida de noiva protestando contra a injustiça e o medo que as meninas sofrem
numa cultura em que são vistas como mercadoria.
Com a visibilidade que seu clipe recebeu,
Sonita ganhou uma bolsa para terminar os estudos nos Estados Unidos e a
liberdade para continuar compondo sobre o direito das mulheres, aumentando a
conscientização das pessoas sobre o casamento de crianças no mundo.
A história da rapper afegã foi
apresentada este ano no documentário “Sonita”, da diretora Roksareh Ghaem Maghami
no festival norte-americano de Sundance e premiado na categoria Melhor
Documentário Estrangeiro.
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