Descrição para cegos: mostra um fundo preto e, com letras brancas, o título "Capitães da Areia". |
Por Júlia Brito
O romance Capitães da Areia, escrito pelo baiano Jorge Amado e publicado em
1937, conta a história de um grupo de crianças e adolescentes, denominados
capitães da areia, que moram juntos em um trapiche, na praia. O livro é um
retrato da sociedade baiana do século XX e denuncia os problemas de menores que
moram nas ruas.
Mostrando uma imprensa tendenciosas, a
corrupção de policiais e os maus tratos sofridos no reformatório, Jorge Amado
apresenta ao leitor a situação de crianças, de origens diferentes, que se
uniram ao serem marginalizadas.
Mesmo tendo sido publicado há tanto
tempo, a temática do romance ainda é bem atual. O abandono, falecimento dos
pais ou responsáveis e abusos são alguns dos fatores que fazem com que o número
de crianças e adolescentes que moram nas ruas aumente.
Mas crianças de rua agora têm direitos
assegurados em lei. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é dever da família, da sociedade e do poder público garantir os direitos “à
vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária”.
Apesar das cenas em que os capitães da
areia cometem delitos, o foco maior do romance de Jorge Amado é mostrar essas
crianças como vítimas de uma sociedade desigual.
Em 2011, o livro Capitães da Areia foi adaptado para o cinema com a direção de Cecília
Amado e Guy Gonçalves.
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