Por Maria Clara Lima
Gabriela Abreu é uma criança de nove anos que deveria ter uma vida social saudável. Mas MC Melody, como é conhecida, é submetida a comentários constrangedores e ofensivos diariamente. Ela ficou popular ano passado por seu falsete e porque seu pai, Thiago Abreu (MC Belinho) lhe expôs de maneira sensual na internet, o que gerou polêmica. A menina chegou a ser chamada de “delicinha”. Sua página do Facebook já foi bloqueada por denúncias, mas os responsáveis conseguiram recuperá-la. Agora postam suas imagens e vídeos com mais cautela em relação ao conteúdo.
Apesar das precauções
adotadas com o que é publicado na página, que tem mais de 1,6 milhão de
seguidores, a criança continua sendo alvo de comentários humilhantes.
No dia 23 de julho
foi publicada na rede social uma foto em que Melody estava divulgando os produtos
de sua loja virtual, mas por estar vestindo uma blusa que mostrava uma parte da
sua barriga, a menina recebeu comentários extremamente ofensivos. No dia 28, em
uma publicação que anunciava que ela iria para a Disney, os internautas a
chamaram de “Pato Donald” e de “ridícula”.
O Art.18. do ECA (Estatuto
da Criança e do Adolescente) diz: “é dever de todos velar pela dignidade da
criança e do adolescente, pondo-os salvo de qualquer tratamento desumano,
violento, aterrorizante, vexatório ou constrangimento”. Vê-se, portanto, que
tanto a família da artista quanto os autores dos comentários que a agridem
violam a lei.
Letras de músicas como,
por exemplo, “fale bem ou fale mal, mas fale de mim, eu não tenho culpa se você
não é feliz” podem ser reflexo dos comentários na vida de MC Melody, demonstrando
que ela se importa com eles.
Segundo a
psicóloga Joyce Santos, o excesso de exposição de MC Melody nas redes sociais,
submetida a críticas tão negativas, pode fazer com que ela se torne insegura e
desenvolva traumas.
A psicóloga também
chama a atenção para a erotização ligada à imagem da menina, pois “com a
vulgarização do sexo, a percepção da criança é alterada. Já se pode observar
que ela começa a lidar com a sensualidade do corpo sem o devido entendimento de
como isso deve ser tratado. O resultado disso é o adiantamento do primeiro
contato com a sexualidade, que deve acontecer na pré-puberdade, a partir dos
onze anos”.
Muito boa a matéria, parabéns!
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