Por
Maria Clara Lima
Mais uma data sendo utilizada como estratégia do capitalismo.
O Dia das Crianças surgiu aqui no Brasil com o intuito de
discutir os direitos e violações delas, mas só ficou conhecido quando a indústria
de brinquedos passou a utilizá-lo para vender seus produtos.
A visão distorcida do dia 12 de outubro estimula o consumismo
infantil, prática que interfere no desenvolvimento da criança, que futuramente pode
vir a ser um adulto frustrado, endividado e sem consciência de
sustentabilidade.
Em cada país se tem um dia para homenageá-las, alguns se
assemelham ao estilo do Brasil, outros se diferem.
Em
Portugal, 1º de junho foi a data escolhida para chamar a atenção para os
problemas que as crianças enfrentavam, e é comemorada com atividades lúdicas.
Nos
Estados Unidos não existe data fixa, mas normalmente é comemorada nas primeiras
semanas de junho. Como aqui, prevalece o estímulo ao consumo e algumas
brincadeiras.
No
Canadá, um dos países que não utiliza a data como marketing, ocorre no dia 20
de novembro, comemorando a adoção da Declaração Universal dos Direitos das
Crianças pelas Nações Unidas, em 1959.
Na
Austrália, a quarta semana de outubro é considerada a “Semana da Criança”, na
qual a data principal é a quarta-feira. A cada ano um tema diferente é
trabalhado, para que assim os pequenos usufruam dessa fase da vida de forma
saudável com gincanas, jogos e esportes.
O
Brasil foi um dos primeiros países a criar o Dia das Crianças, em 1924. Foi
proposto pelo deputado federal Galdino do Valle Fino, do Rio de Janeiro, como
data para lembrar os direitos da infância.
Infelizmente
a sociedade não conhecia a data até 1950, quando a fábrica de brinquedos
Estrela utilizou-a para criar a “Semana do Bebê Robusto”. Desde então o país a comemora
comprando presentes para os pequenos e esquecendo dos seus direitos.
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