Descrição para cegos: foto mostra um garoto no chão no corredor de uma escola sendo chutado por outros dois garotos e ao fundo, no lado esquerdo, há algumas garotas observando os meninos. |
Por Bruna Cairo
Na formação humana, cada indivíduo vai sendo construído
para viver em harmonia social com seus semelhantes. Isso quer dizer que a
formação social perpassa pelo respeito às regras de convivência que são
constituídas coletivamente ao longo dos tempos e servem para que possamos viver
de forma suportável. Desde que nascemos, aprendemos o que fazer e o que não
fazer, ou seja, aprendemos a ter limites e parâmetros, num processo de
socialização contínuo; quando não obedecemos as regras que a sociedade
determina, por meio do direito e normas, espera-se que sejamos punidos para que
possa manter-se uma organização na sociedade.
Porém, nossa sociedade não é estática, nesta
dinâmica social ela se modifica, e com o tempo os padrões também mudam. Hoje em
dia, por força e influência do sistema de organização social vigente, estamos
mais preocupados com o direito individual do que com o direito coletivo.
Percebemos isso na educação passada para as crianças e adolescentes que torna os
indivíduos intolerantes. Intolerantes que não conseguem enxergar os limites de quando
parar, quando estão sendo desagradáveis, inconvenientes, quando estão passando
por cima do direito do outro, quando não consideram a existência das
diferenças, menosprezando os princípios da alteridade. Intolerantes que acham
que seus problemas são os únicos existentes, sua pressa a única existente, suas
preocupações e dificuldades únicas. Intolerantes que só conseguem enxergar a
intolerância alheia quando esta lhes atinge, suprimindo suas necessidades
pessoais.
A juventude é o futuro da nossa sociedade,
então devemos repensar a educação para que preze pela formação humana de
qualidade. Devemos nos preocupar qual projeto de sociedade desejamos, se
queremos uma sociedade em que seja insuportável a vida cotidiana ou em uma em
que haja harmonia, companheirismo e justiça. Devemos educar nossos filhos,
nossas crianças, para que eles não acreditem que cidadania é somente votar no
dia das eleições e buscar um representante político. Devemos mostrar desde a
infância que a participação na vida em sociedade é extremamente importante para
a manutenção da igualdade e da justiça. Devemos isso a todas as crianças,
devemos isso à sociedade!
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