segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Geração intolerante

Descrição para cegos: foto mostra um garoto no chão no corredor de uma escola
sendo chutado por outros dois garotos e ao fundo, no lado esquerdo, há algumas
garotas observando os meninos.

Por Bruna Cairo

Na formação humana, cada indivíduo vai sendo construído para viver em harmonia social com seus semelhantes. Isso quer dizer que a formação social perpassa pelo respeito às regras de convivência que são constituídas coletivamente ao longo dos tempos e servem para que possamos viver de forma suportável. Desde que nascemos, aprendemos o que fazer e o que não fazer, ou seja, aprendemos a ter limites e parâmetros, num processo de socialização contínuo; quando não obedecemos as regras que a sociedade determina, por meio do direito e normas, espera-se que sejamos punidos para que possa manter-se uma organização na sociedade.


Porém, nossa sociedade não é estática, nesta dinâmica social ela se modifica, e com o tempo os padrões também mudam. Hoje em dia, por força e influência do sistema de organização social vigente, estamos mais preocupados com o direito individual do que com o direito coletivo. Percebemos isso na educação passada para as crianças e adolescentes que torna os indivíduos intolerantes. Intolerantes que não conseguem enxergar os limites de quando parar, quando estão sendo desagradáveis, inconvenientes, quando estão passando por cima do direito do outro, quando não consideram a existência das diferenças, menosprezando os princípios da alteridade. Intolerantes que acham que seus problemas são os únicos existentes, sua pressa a única existente, suas preocupações e dificuldades únicas. Intolerantes que só conseguem enxergar a intolerância alheia quando esta lhes atinge, suprimindo suas necessidades pessoais.
A juventude é o futuro da nossa sociedade, então devemos repensar a educação para que preze pela formação humana de qualidade. Devemos nos preocupar qual projeto de sociedade desejamos, se queremos uma sociedade em que seja insuportável a vida cotidiana ou em uma em que haja harmonia, companheirismo e justiça. Devemos educar nossos filhos, nossas crianças, para que eles não acreditem que cidadania é somente votar no dia das eleições e buscar um representante político. Devemos mostrar desde a infância que a participação na vida em sociedade é extremamente importante para a manutenção da igualdade e da justiça. Devemos isso a todas as crianças, devemos isso à sociedade!

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