segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O abuso sexual e o problema da relação afeto X abuso


Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra, em primeiro plano,
uma boneca no chão, e em segundo plano, desfocada, uma menina
deitada no chão com as mãos servindo como travesseiro.

por Jadson Falcão

        Segundo estudos feitos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo governo federal, no ano de 2012, no Brasil, ocorreram 7.592 denúncias de abuso sexual de crianças de até 9 anos de idade, o que corresponde a uma média de 20 casos por dia. Na faixa etária de 10 à 19 anos, o número de casos aumenta, chegando, nesse ano, a 9.919 casos, com uma média de 27 por dia.
       Essas estatísticas mostram apenas os casos que foram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas, na maioria das vezes, as vítimas de abuso sexual não denunciam os casos, seja por medo de que sua palavra não seja levada a sério, ou por medo de ver o parente preso.
     
       É uma questão complicadíssima o fato de que esses abusos geralmente são praticados por pessoas próximas às vítimas, que quase sempre têm também uma relação de afeto com os que são abusados. A presença de afeto é justamente um dos grandes motivos que dificultam o ato da denúncia, pois a criança/adolescente não quer ver seu pai, tio ou avô, preso, por sua culpa. Isso mesmo, por sua culpa, pois, às vezes, a criança se sente culpada por esses abusos.
       Essa relação afeto X abuso é uma das razões que fazem tão necessária a discussão constante do assunto na sociedade. Através desse debate, os pais e/ou responsáveis, podem ser conscientizados de que independentemente do laço afetivo do agressor com a vítima, este deve ser punido das formas que lhe cabem, pelo estado. Quanto maior for a conscientização de todos, mais fácil será para as autoridades identificarem os agressores.

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