Descrição para cegos: captura de imagem do documentário sobre a chacina do Lar do Garoto que, através do Google Earth, assinala o cemitério da cidade de Montadas, onde está sepultada uma das vítimas. |
Cem dias após uma rebelião
no Lar do Garoto, localizado em Lagoa Seca-PB, que fez sete vítimas fatais, o Comitê
Estadual de Prevenção e Combate à Tortura (CEPCT) realizou uma audiência aberta
que discutiu a necessidade de políticas públicas para impedir que novas tragédias
ocorram nas unidades socioeducativas da Paraíba.
O evento aconteceu no
último dia 13, em Campina Grande, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),
reunindo órgãos e representantes ligados à temática da socioeducação juvenil.
Na audiência foram
apresentadas as melhorias ocorridas na unidade do Lar do Garoto, após
recomendações feitas pelo Comitê Antitortura, envolvendo a infraestrutura do
local, superlotação das unidades, questões relacionadas à educação e à segurança.
A programação teve início com a exibição de um vídeo-documentário elaborado através de entrevistas com os familiares das vítimas da rebelião, que mostra a trajetória de vida de cada um dos sete jovens, incluindo desde o nascimento até as infrações que os levaram ao Lar do Garoto.
Na audiência, foram
discutidas as irregularidades identificadas logo após a rebelião e as iniciativas
tomadas para saná-las, envolvendo melhorias na infraestrutura, providências
para reduzir a população de socieducandos, além de questões relacionadas a
segurança e educação
O presidente da Fundação
Desenvolvimento da Criança e do Adolescente (Fundac), Noaldo Meireles, apresentou
informações sobre a infraestrutura da escola para internos do Lar do Garoto,
mencionando a quantidade de alunos que frequentam as aulas, a aquisição de
livros e kits escolares, e reformas implantadas na unidade, incluindo duas
quadras esportivas
O juiz da Vara da
Infância e Juventude da Comarca de Campina Grande, Algacyr Rodrigues, mostrou os
dados sobre a redução na quantidade de internos. Com a capacidade para 51 vagas
definitivas, segundo o relatório enviado em 11 de setembro deste ano, a unidade
do Lar do Garoto possuia 31 internos provisórios e 105 definitivos. Até o dia
da audiência, dez internos foram liberados, sendo nove por regime progressivo e
um provisório.
Ao final da reunião,
a comissão organizadora da audiência decidiu que seria enviado um oficio ao
Tribunal de Justiça da Paraíba, solicitando a criação de Varas Privativas da
Infância e Juventude. A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Humano fará a
análise do perfil socioeconômico das famílias das vítimas, verificando se elas têm
direito a benefícios e assistências para reivindicar indenização pela morte dos adolescentes.
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