Descrição para cegos: foto do procurador do Trabalho Eduardo Varandas
sentado em uma cadeira de escritório com as mãos sobre um teclado de
computador.
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Por Feliphe Rojas
Em
decorrência da repercussão do caso da igreja que foi multada em R$ 100
mil reais por exploração do trabalho infantil em João Pessoa, o Ministério
Público do Trabalho na Paraíba (MPT-PB) recebeu várias denúncias de crianças e
adolescentes trabalhando para instituições religiosas, em especial na venda de
produtos em semáforos. Visando intensificar o combate a essa prática irregular,
o MPT-PB acionou a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego da Paraíba
(SRTE-PB) para fiscalizar igrejas e ONGs com mais rigor.
“A sociedade nos tem denunciado. Algumas igrejas e entidades sem fins lucrativos que têm colocado crianças para vender água mineral nos semáforos, crianças para espalharem panfletos nas ruas”, comentou Eduardo Varandas, procurador do Trabalho e titular da Coordinfância (Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente).
O procurador
afirmou que as igrejas estão agindo como empresas e submetendo crianças e
adolescentes a condições análogas à escravidão. “Algumas entidades religiosas
funcionam como verdadeiras empresas: cobrando lucratividade, exigindo metas e
jornadas de trabalho extenuantes. Para mim, mais do que trabalho oneroso, por
vezes, assemelha-se a condição análoga à escravidão”, destacou Varandas.
Varandas
explicou ainda que, mesmo sob a justificativa de trabalho voluntário, que não
se aplica a jovens menores de 16 anos (não podem exercer qualquer tipo de
atividade laboral), é vedada a voluntariedade da mão de obra em trabalho nas
ruas, noturno ou em condições insalubres. Ainda citou a Lei 9.608/1998, que caracteriza
trabalho voluntário como sendo quando o motivo da atividade laboral tem fins
cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência
social, o que não são os casos denunciados ao MPT/PB.
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