domingo, 14 de maio de 2017

Violência sexual é tema de cartilha infantojuvenil

Descrição para cegos: a ilustração mostra quatro adultos, dois homens e duas mulheres intercalados, usando máscaras e acessórios como se fossem super-heróis. Na parte superior da imagem está escrito “Os super adultos de confiança”.

Por Clara Rezende


A Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do estado de Santa Catarina lançou, no último dia 8, a cartilha Os super adultos de confiança que objetiva conscientizar crianças e adolescentes sobre como identificar a violência sexual e como agir para proteger-se dessa violação. O material foi lançado em alusão ao dia 18 de maio, data Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
Por meio de uma história em quadrinhos, ela apresenta quatro personagens que passam por diferentes situações relacionadas ao tema e se encontram na escola, onde, em uma palestra, recebem orientações sobre a gravidade do problema.

O primeiro episódio traz Mariana, uma adolescente que, ao tomar banho, é fotografada sem roupa por Fabinho, seu irmão mais novo, que fez um acordo com seu padastro para registrar essa imagem em troca de uma pequena quantia de dinheiro.
No segundo, Lucas, uma criança - após ter pego as bonecas da irmã para ver o que havia debaixo das roupas delas - tem uma conversa séria com seu pai sobre respeitar a vontade e o corpo dos outros.
O episódio seguinte retrata a jovem Carla que, dentro do ônibus, a caminho da escola, se depara com uma situação desconfortável: um homem está muito próximo dela e faz um convite para que eles desçam do ônibus juntos, o qual ela não aceita.
Todos esses personagens, embora tenham idades aparentemente diferentes, têm algo em comum: são vítimas ou agentes indiretos da violência sexual, mas não percebem a gravidade desses atos.
É então, no último episódio, que o uso de uma abordagem lúdica para auxiliar na orientação desse público ganha destaque. Surge a figura do “A.C.” ou “Adulto de Confiança” como o herói da narrativa, ou seja, aquela pessoa que se preocupa com esses menores e para quem eles podem contar o que acontece em suas vidas.
Um dos intuitos da cartilha também é diminuir o medo e a vergonha que impedem crianças e adolescentes de relatar o que está ocorrendo e, além disso, mostrar que existe uma rede de pessoas e instituições preparadas para lidar com essas ocorrências e denúncias, a exemplo do Conselho Tutelar, Disque 100 – Direitos Humanos, escolas, delegacias comuns e especializadas e a Promotoria de Justiça da Infância e juventude.

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