Por Raquel Pimentel
A taxa
de trabalho infantil entre crianças de 5 a 9 anos voltou a crescer no Brasil,
segundo o relatório do Cenário da Infância e Adolescência no Brasil divulgado pela Fundação Abrinq este ano. A pesquisa
feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que os
números vinham em uma queda consecutiva desde 2005, saindo de 1,8% para 0,4%,
mas voltaram a subir de 2013 para 2014.
Entre
as regiões do Brasil, o Nordeste, o Sul e o Centro-Oeste, tiveram o maior
aumento, registrando 0,2% a mais entre 2014 e 2015, seguidas pelo Sudeste e,
por último, o Norte, o único que apresentou uma queda significativa: de 0,5%.
85,5% dessas crianças trabalham no meio agrícola.
Apesar
do número total de crianças ocupadas ter diminuído devido à grande redução
entre crianças de 10 a 17 anos, os números ainda assustam, visto que esse tipo
de exploração causa danos físicos, psicológicos e intelectuais.
Além de ser
um dos grandes causadores da diminuição do desempenho ou afastamento escolar, o
trabalho infantil submete essas crianças, na maioria das vezes, a condições de
trabalho degradantes, longas jornadas e salários baixos, fatores que contribuem
para o aumento da desigualdade social e da pobreza.
Segundo
o Observatório da Criança e do Adolescente pesquisas apontam a existência de
uma estreita relação entre o trabalho infantil e a pobreza. De acordo com esses
estudos, famílias mais vulneráveis tendem a empregar mão de obra infantil em
suas lavouras, comércios e em serviços domésticos não remunerados. Esses mesmos
estudos mostram que as taxas de trabalho infantil aumentam em regiões afetadas
por secas, inundações e más colheitas, pois, para amenizar os danos econômicos
sofridos, as famílias acabam utilizando seus filhos como mão de obra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por participar. Seu comentário será publicado em breve.