Por Raquel Pimentel
Esse
é o questionamento que fica após assistir ao filme Confiar, de Andy Bellin e Robert Festinger. O
filme relata a história de uma adolescente, Annie, interpretada por Liana
Liberato, que vive o conflito da puberdade, acreditando que ninguém em sua casa
a entende. É nessa realidade que Annie começa a se relacionar com um garoto de
16 anos, Charlie, que conheceu na internet.
Quando seus pais viajam, Annie
marca um encontro escondido com o rapaz, mas ao chegar descobre que ele não é
um garoto de 16 anos, e sim um homem adulto que a leva para um motel e tem
relações com ela. A princípio Annie acredita que estão apaixonados e que tudo
que aconteceu foi natural, mas, só depois percebe que Charlie parou de
responder seus emails, e já não fala com ela. Sua amiga Brittany ao perceber a
situação conta tudo ao conselho da escola que logo chama o FBI e os pais da
garota.
Annie
nega toda a situação afirmando que permitiu o que aconteceu e que ele não era pedófilo,
eles só estavam apaixonados. Após sofrer bullying na escola, e até tentar
suicídio, ela descobre as reais intenções de Charlie, e como ele já abusou de
outras três meninas. Só então a adolescente aceita a situação e decide ajudar o
FBI.
Um
filme muito interessante para reflexão dos pais quanto à liberação do uso da
internet sem controle para crianças e adolescentes. De forma fria o filme
relata a realidade de inúmeras meninas e meninos que caem nas armadilhas de
criminosos virtuais e nem sequer percebem a gravidade do que lhes acontece,
como o caso de Annie. Além disso, relata a fragilidade psicológica em que as
vítimas de abuso e engano são lançadas, e a necessidade da atenção das famílias
para comportamentos estranhos nos levando realmente ao questionamento, até onde
podemos confiar na autonomia das crianças e adolescentes nas redes sociais?
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