Por Lucas Lourenço
O
estado brasileiro é laico, isto é, neutro no que diz respeito ao campo
religioso. Sendo assim, todo e qualquer brasileiro tem autonomia na escolha de
sua crença religiosa, tão como na manifestação de sua religiosidade. Mas não é
isso que vemos acontecer na prática e em especial nos ambientes que deveriam
servir como espaço de formação social, a exemplo da escola.
A
intolerância religiosa é algo presente no cotidiano escolar. Não são raros os
casos de crianças discriminadas ou hostilizadas por declararem-se adeptas a
religiões de matrizes africanas. Ataques como esses são reforçados pela
resistência de algumas unidades de ensino em aplicar a Lei 10.639/2003,
que tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e
afro-brasileira. Desta forma, o modelo de ensino religioso adotado no Brasil
fere o preceito de laicidade previsto pela Constituição Federal. E longe dos
moldes democráticos e do direito à diversidade, o ensino religioso adquire
objetivos puramente catequistas e doutrinários.
A
falta de respeito à diversidade religiosa impacta consideravelmente na formação
ética e moral das crianças. A partir do momento em que a escola reproduz
atitudes fundamentalistas ou calca o ensino apenas no cristianismo, colocando à
margem os adeptos de outras religiões, não só são perpetrados estereótipos como
é criada uma cultura de ódio com o diferente.
É
papel não só da escola, como da sociedade, fomentar o respeito à diversidade
brasileira, cuidando para que esta seja respeitada. Para tanto, é preciso oportunizar
que as crianças vivenciem diferentes culturas, etnias, costumes e dogmas
religiosos no ambiente escolar. Atitudes como essa fortalecem a
responsabilidade social e consolidam o espírito democrático.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por participar. Seu comentário será publicado em breve.