Por Feliphe Rojas
O Ministério
Público do Trabalho na Paraíba está realizando uma campanha contra a exploração
do trabalho infantil no Estado. Denominada Com
o Trabalho Infantil, o Brasil não cresce, a ação é realizada em parceria
com a Casa Pequeno Davi e o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do
Trabalho Infantil (Fepeti-PB).
A campanha
foi lançada no dia 11 de outubro, na sede do MPT-PB, e alerta, através da
inserção de banners e vídeos promocionais nas redes sociais dos órgãos
envolvidos, para o alto índice de crianças de 5 a 9 anos exercendo atividades
laborais.
Fornecidos
pelo IBGE, os dados revelam que 5 mil crianças desta feixa etária trabalham no
estado, deixando a PB na 4º posição no ranking negativo (empatado com Piauí,
Maranhão e Rio Grande do Sul) e atrás apenas de Minas Gerais, Bahia e Pará. De
5 a 17 anos, o número é de 74 mil os que tem a mão de obra explorada na Paraíba.
Cerca de 90% dos casos de trabalho escravo começaram com trabalho infantil e
que a maioria dos presidiários do Brasil trabalharam durante a infância.
Segundo o
procurador Eduardo Varandas, titular da Coordinfância (Coordenadoria Nacional
de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente), falta vontade
política. “A exploração do trabalho infantil ainda existe no século XXI, no
Brasil, por falta de vontade política de governantes que são descompromissados
com a proteção à infância concebida pela Constituição da República”, ressaltou.
Representando
a ONG Casa Pequeno Davi, Dimas Gomes lembrou que é dever de toda a população a
fiscalização da exploração do trabalho infantil e a violência cometida contra
as crianças e adolescentes. “De acordo com a Constituição Federal e o Estatuto
da Criança e do Adolescente somos todos e todas responsáveis pela efetivação
dos direitos da criança e do adolescente, assim como proteger de todas as
formas de violências como o trabalho infantil”.
Maria
Senharinha, do Fepeti-PB, explicou que o Fórum é um órgão colegiado que reúne
secretarias, entidades privadas, ONGs, judiciário, ministério público,
conselhos tutelares e todas as entidades que tratam a temática da infância e da
juventude. “O Fórum tem 16 anos de existência e realiza várias ações (...) tem
um trabalho de socializar informações sobre trabalho infantil, realizar
pesquisas, formação [de educadores]. Este ano realizou dois grandes eventos em
João Pessoa, em junho, e em Monteiro, em setembro, visando sensibilizar a
população sobre prejuízos do trabalho infantil para a criança e adolescente, a
família e a sociedade”.
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