É
comum pais alegarem que batem nos filhos para ensiná-los a se comportar. Mas o
que não se sabe na hora dos maus-tratos é que esse tipo de tratamento pode
ocasionar problemas na criança, desde aceitação de posterior atitude opressora
física ou psicológica até de baixa na autoestima. A criança torna-se suscetível
a dificuldades não só imediatas, mas também a longo prazo em sua vida, como mostra
o texto produzido pela Sociedade Brasileira de Pediatria para a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a respeito do que as
agressões causam. Acesse a matéria completa está no site da EBC. (Luíza Araújo)
Só um
tapinha: agressões afetam autoestima e causam depressão e estresse na vida
adulta
Por Sociedade
Brasileira de Pediatria
Pais amorosos que usam o tapa
como instrumento pedagógico estão desinformados. É preciso tomar cuidado com
certas “verdades” estabelecidas, mesmo que passadas de geração a geração. Não
se pode dizer que crianças que apanharam tornaram-se um adulto melhor; mas o
inverso já está fartamente atestado.
Não há comprovação de que as
agressões físicas (tapas, beliscões, podendo chegar a surras) levadas na
infância contribuíram para uma vida adulta melhor. Ao contrário, especialistas
que se dedicaram à questão da violência contra crianças e adolescentes já
comprovaram, com base em estudos clínicos, que crianças vítimas de maus-tratos
carregam, pela vida afora, males diversos, destacando-se as “doenças da alma”:
terrores, infelicidades, depressão, angústia, estresse e medo.
Nos consultórios e serviços de
saúde apresentam-se com certa regularidade casos de violência cometida pelos
familiares contra crianças e adolescentes. Muitos adultos que usam de violência
física ou psicológica contra crianças alegam que a criança apanha porque
merece. Isso leva a vítima a acreditar que é merecedora de maus-tratos. Da
palmada (que na verdade é uma pancada) até a tortura de se viciar a criança com
uma colher em brasa, o caminho pode ser, muitas vezes, mais curto do que
parece.
Quando uma criança externa que
apanha porque merece, está manifestando um sintoma de baixa autoestima que vai
comprometer sua plenitude ao chegar à idade adulta.
Extinguir o hábito de adultos
baterem em crianças em um momento de desequilíbrio emocional é o caminho mais
curto para reduzir a agressividade que está caracterizando a sociedade
brasileira.
Crianças e adolescentes são,
como qualquer outra pessoa, sujeitos de direitos. Educar exige mais do que
paciência. Exige persistência, carinho e a certeza de que é difícil em alguns
momentos, mas possível, e muito mais promissor para o futuro de seus filhos.
Felizmente, muitos dos adultos
que em criança sofreram maus-tratos, agora, escaldados, não repetem o modelo
agressor.
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