domingo, 30 de abril de 2017

Gibi mostra as consequências do trabalho infantil


Descrição para cegos: capa do gibi
“Era uma vez no Campo”, retratada pelas
ilustrações de dois garotos sorridentes
(Pedro e João) enquanto uma escola
é percebida ao fundo ao lado de uma
grande área verde, representando a
 área rural.
Por Mateus Araújo

        Era uma Vez no Campo é uma história em quadrinhos que aborda com simplicidade um dia das vidas de Pedro e João, duas crianças que frequentam a mesma escola de uma comunidade rural. Mas é no cotidiano fora da escola que diferenciamos a realidade dos garotos. Enquanto um vive em um ambiente motivador e com seus direitos assegurados, o outro está inserido em um trabalho infantil, e sofrendo consequências por isso.
        A narrativa gira em torno de como é o dia dos garotos após a aula. Primeiro é retratado como Pedro passa o restante do seu dia, mostrando como o garoto é incentivado a ler, como vive em um ambiente que não o estimula a fazer nada que não seja sua responsabilidade como criança, ou seja, estudar e ter seus momentos de lazer. Mas é ao relatar como João vive o seu dia que encontramos a problemática da trama.



        As situações que acontecem com João se assemelham às que acontecem com Pedro, se diferenciando nos detalhes que mostram como o trabalho infantil está associado à vida daquele. Por exemplo, enquanto Pedro ganha de um conhecido um livro para ler após a aula, João ganha um chapéu para trabalhar mais tarde na lavoura com o pai. E ele fica muito feliz com o presente, retratando que houve uma educação familiar para João encarar com normalidade o trabalho infantil.
        Ao decorrer do dia de João ainda nos deparamos com outro personagem que enfrenta o trabalho infantil, a sua irmã, Aninha. A garota aparece realizando os afazeres domésticos enquanto a mãe não está em casa, e, logo abaixo, segue uma nota alertando que o trabalho doméstico realizado por crianças é considerado uma das piores formas de trabalho infantil, tomando o tempo que deveria ser destinado para a educação, esporte ou lazer.
        Antes de trabalhar na lavoura com seu pai, João ainda alimenta os animais da sua casa, ou seja, ele empenha um esforço enorme para uma criança, refletido na exaustão que o garoto sente ao final do dia que o impede de terminar as tarefas da escola. E é na escola, no outro dia, que ele é abordado por alunos e pela professora que explicam para ele que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é responsável por assegurar os direitos das crianças, evitando que o trabalho infantil aconteça, mesmo que seja uma realidade no Brasil. Uma outra nota aparece ressaltando que é dever do professor fazer um diálogo com as famílias e o Conselho Tutelar caso encontre alguma situação de trabalho infantil na vida de seus alunos.
        Desenvolvido pela Fundação Abrinq, o gibi tem como finalidade destacar a importância de respeitar os direitos das crianças, além de defender o acesso à educação de qualidade.
A revista Era uma vez no Campo foi distribuída para as 399 escolas participantes do Projeto Escola no Campo, que tem como objetivo oferecer práticas educativas que promovam e protejam os direitos de crianças e adolescentes no contexto rural. A publicação alcançou mais de 18 mil pessoas, incluindo professores, crianças e adolescentes.


Para ler e baixar o gibi Era uma vez no Campo, clique aqui.

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