Por Mateus Araújo
Era uma Vez no Campo
é uma história em quadrinhos que aborda com simplicidade um dia das vidas de
Pedro e João, duas crianças que frequentam a mesma escola de uma comunidade
rural. Mas é no cotidiano fora da escola que diferenciamos a realidade dos
garotos. Enquanto um vive em um ambiente motivador e com seus direitos
assegurados, o outro está inserido em um trabalho infantil, e sofrendo
consequências por isso.
A narrativa gira em torno de como é o dia dos garotos após a
aula. Primeiro é retratado como Pedro passa o restante do seu dia, mostrando
como o garoto é incentivado a ler, como vive em um ambiente que não o estimula
a fazer nada que não seja sua responsabilidade como criança, ou seja, estudar e
ter seus momentos de lazer. Mas é ao relatar como João vive o seu dia que encontramos
a problemática da trama.
As situações que acontecem com João se assemelham às que
acontecem com Pedro, se diferenciando nos detalhes que mostram como o trabalho
infantil está associado à vida daquele. Por exemplo, enquanto Pedro ganha de um
conhecido um livro para ler após a aula, João ganha um chapéu para trabalhar
mais tarde na lavoura com o pai. E ele fica muito feliz com o presente,
retratando que houve uma educação familiar para João encarar com normalidade o
trabalho infantil.
Ao decorrer do dia de João ainda nos deparamos com outro
personagem que enfrenta o trabalho infantil, a sua irmã, Aninha. A garota
aparece realizando os afazeres domésticos enquanto a mãe não está em casa, e,
logo abaixo, segue uma nota alertando que o trabalho doméstico realizado por
crianças é considerado uma das piores formas de trabalho infantil, tomando o
tempo que deveria ser destinado para a educação, esporte ou lazer.
Antes de trabalhar na lavoura com seu pai, João ainda
alimenta os animais da sua casa, ou seja, ele empenha um esforço enorme para
uma criança, refletido na exaustão que o garoto sente ao final do dia que o
impede de terminar as tarefas da escola. E é na escola, no outro dia, que ele é
abordado por alunos e pela professora que explicam para ele que o ECA (Estatuto
da Criança e do Adolescente) é responsável por assegurar os direitos das
crianças, evitando que o trabalho infantil aconteça, mesmo que seja uma
realidade no Brasil. Uma outra nota aparece ressaltando que é dever do
professor fazer um diálogo com as famílias e o Conselho Tutelar caso encontre
alguma situação de trabalho infantil na vida de seus alunos.
Desenvolvido pela Fundação Abrinq, o gibi tem como finalidade destacar a importância de respeitar os
direitos das crianças, além de defender o acesso à educação de qualidade.
A
revista Era uma vez no Campo foi
distribuída para as 399 escolas participantes do Projeto Escola no Campo, que tem como objetivo oferecer práticas
educativas que promovam e protejam os direitos de crianças e adolescentes no
contexto rural. A publicação alcançou mais de 18 mil pessoas, incluindo
professores, crianças e adolescentes.
Para
ler e baixar o gibi Era uma vez no
Campo, clique aqui.
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