quinta-feira, 4 de maio de 2017

Taxa de trabalho infantil volta a crescer

Descrição para cegos: foto mostra um menino de costas que carrega uma sacola 
sobre o ombro enquanto caminha sobre a lama. Ao fundo um adulto também 
segura uma sacola nas costas e uma faixa de mato se forma após a lama. 
(Foto de Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Por Raquel Pimentel

      A taxa de trabalho infantil entre crianças de 5 a 9 anos voltou a crescer no Brasil, segundo o relatório do Cenário da Infância e Adolescência no Brasil divulgado pela Fundação Abrinq este ano. A pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revela que os números vinham em uma queda consecutiva desde 2005, saindo de 1,8% para 0,4%, mas voltaram a subir de 2013 para 2014.

        Entre as regiões do Brasil, o Nordeste, o Sul e o Centro-Oeste, tiveram o maior aumento, registrando 0,2% a mais entre 2014 e 2015, seguidas pelo Sudeste e, por último, o Norte, o único que apresentou uma queda significativa: de 0,5%. 85,5% dessas crianças trabalham no meio agrícola.
        Apesar do número total de crianças ocupadas ter diminuído devido à grande redução entre crianças de 10 a 17 anos, os números ainda assustam, visto que esse tipo de exploração causa danos físicos, psicológicos e intelectuais.
Além de ser um dos grandes causadores da diminuição do desempenho ou afastamento escolar, o trabalho infantil submete essas crianças, na maioria das vezes, a condições de trabalho degradantes, longas jornadas e salários baixos, fatores que contribuem para o aumento da desigualdade social e da pobreza.
        Segundo o Observatório da Criança e do Adolescente pesquisas apontam a existência de uma estreita relação entre o trabalho infantil e a pobreza. De acordo com esses estudos, famílias mais vulneráveis tendem a empregar mão de obra infantil em suas lavouras, comércios e em serviços domésticos não remunerados. Esses mesmos estudos mostram que as taxas de trabalho infantil aumentam em regiões afetadas por secas, inundações e más colheitas, pois, para amenizar os danos econômicos sofridos, as famílias acabam utilizando seus filhos como mão de obra.

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