sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Como discutir a educação religiosa nas escolas

Fonte: Freepik. Descrição para cegos: foto mostra uma menina sorridente com duas tranças laterais no cabelo que se encerram com um laço de fita vermelha. Ela veste uma camisa vermelha de gola branca. No fundo, desfocados, há duas crianças.

Por Lucas Lourenço

O estado brasileiro é laico, isto é, neutro no que diz respeito ao campo religioso. Sendo assim, todo e qualquer brasileiro tem autonomia na escolha de sua crença religiosa, tão como na manifestação de sua religiosidade. Mas não é isso que vemos acontecer na prática e em especial nos ambientes que deveriam servir como espaço de formação social, a exemplo da escola.
A intolerância religiosa é algo presente no cotidiano escolar. Não são raros os casos de crianças discriminadas ou hostilizadas por declararem-se adeptas a religiões de matrizes africanas. Ataques como esses são reforçados pela resistência de algumas unidades de ensino em aplicar a  Lei 10.639/2003, que tornou obrigatório o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira. Desta forma, o modelo de ensino religioso adotado no Brasil fere o preceito de laicidade previsto pela Constituição Federal. E longe dos moldes democráticos e do direito à diversidade, o ensino religioso adquire objetivos puramente catequistas e doutrinários.
A falta de respeito à diversidade religiosa impacta consideravelmente na formação ética e moral das crianças. A partir do momento em que a escola reproduz atitudes fundamentalistas ou calca o ensino apenas no cristianismo, colocando à margem os adeptos de outras religiões, não só são perpetrados estereótipos como é criada uma cultura de ódio com o diferente.
É papel não só da escola, como da sociedade, fomentar o respeito à diversidade brasileira, cuidando para que esta seja respeitada. Para tanto, é preciso oportunizar que as crianças vivenciem diferentes culturas, etnias, costumes e dogmas religiosos no ambiente escolar. Atitudes como essa fortalecem a responsabilidade social e consolidam o espírito democrático.

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