terça-feira, 5 de abril de 2016

Sonita, a voz de uma geração forçada ao casamento precoce

Descrição para cegos: foto mostra uma menina vestida de noiva com o olho
direito machucado e arranhão na bochecha.

                                                            Por Jeane Pontes

O casamento infantil é uma realidade, e embora essa prática seja condenada, é parte da cultura de alguns países da África, Ásia e Oriente Médio. A pobreza é a principal razão do matrimônio, principalmente nas áreas rurais. É costume os pais comercializarem suas filhas para futuros casamentos em troca de um pouco de dinheiro para o sustento do restante da família, e as meninas são vendidas sem o direito de escolher seu próprio destino.
Sonita Alizadeh é uma jovem afegã que, como muitas meninas, viu seus sonhos serem ameaçados pelo casamento precoce. Quando ficou sabendo o que iria acontecer, a garota usou a música como arma para denunciar tudo o que estava vivendo e para escapar do futuro traçado por sua família.

“Gostaria que você soubesse que as mulheres não estão à venda” é o que diz um trecho do rap feito por Sonita “Brides for Sale”. O clipe que está disponível no Youtube, mostra a jovem vestida de noiva protestando contra a injustiça e o medo que as meninas sofrem numa cultura em que são vistas como mercadoria.
Com a visibilidade que seu clipe recebeu, Sonita ganhou uma bolsa para terminar os estudos nos Estados Unidos e a liberdade para continuar compondo sobre o direito das mulheres, aumentando a conscientização das pessoas sobre o casamento de crianças no mundo.
A história da rapper afegã foi apresentada este ano no documentário “Sonita”, da diretora Roksareh Ghaem Maghami no festival norte-americano de Sundance e premiado na categoria Melhor Documentário Estrangeiro.

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