segunda-feira, 26 de maio de 2014

As crianças-soldados

Garoto-soldado na Revolução Mexicana, em 1913. / Autor: Agustín Víctor Casasola / Wikimedia Commons. Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra um menino com roupa de soldado segurando uma arma no braço direito e uma bolsa no esquerdo. No fundo, de forma desfocada, há outros soldados.

Durante a história, alguns governos passaram a ter uma preocupação em relação à juventude. Uns estabeleceram direitos, criaram estatutos e programas de proteção à educação, saúde, segurança, entre outros direitos civis. Outras nações utilizaram a inocência da infância para propagarem discursos de ódio e ideologias fascistas através da educação. Na infância, os indivíduos não têm a visão do mundo totalmente formada, então se torna muito fácil enganá-las e fazê-las absorver falsos valores.
Um dos mais conhecidos casos foi a Juventude Hitlerista. Criada em 1926, a organização pretendia utilizar os jovens alemães para diversas práticas a serviço do Partido Nazista. Após a ascensão do partido ao poder da Alemanha, em 1930, a educação passou a priorizar a ideologia nazista, inclusive a ideia da supremacia racial germânica. Além disso, tornou-se obrigatório o treinamento militar a partir dos 14 anos para ambos os sexos.
Um exemplo bem conhecido na antiguidade é a da cidade-estado grega Esparta. Os cidadãos espartanos pertenciam ao governo desde seu nascimento até a morte e participavam de sua tradição militar. O governo praticava a eugenia, que eliminava os recém-nascidos com deficiências físicas ou não suficientemente desenvolvidos. O treinamento militar iniciava-se aos sete anos de idade, e consistia de diversos castigos físicos em prol da educação. As crianças deveriam aprender a lutar, conhecer estratégias de guerra e se adaptarem às mais duras rotinas militares, que, às vezes, eram fatais para alguns jovens.
Na atualidade, a ONU estima que existem cerca de 300 mil crianças-soldados no mundo que participam de até 20 conflitos armados. Os jovens são recrutados à força, sequestrados pelo exército nas escolas e vilas, ou se tornam voluntários por não verem opções diante de sua nação mergulhada na guerra e na pobreza ou por desejo de vingança pela violência contra a família. As condições das crianças dentro das milícias são cruéis e desumanas, podendo serem mortas se não assassinarem amigos ou membros da família, além de sofrerem abuso sexual constante, no caso das meninas.

No Brasil, o ECA prevê no Capítulo II os direitos à liberdade, respeito e dignidade aos jovens. São invioláveis as unidades físicas, psíquicas e morais, além de ser dever de todos a preservação da criança e adolescente do constrangimento, violência e o terror. A juventude deve ser livre, e sua educação servirá de ferramenta em prol do desenvolvimento da própria liberdade, da ética e razão, favorecendo sua evolução em um adulto que assegurará também os direitos das crianças de amanhã.
                                                                                                             
                                                                                                             Arthur Medeiros                                                                   

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