sábado, 10 de maio de 2014

Khalil Gibran e as crianças

Foto retirada do National Library of Irelan; Livre de copyrights. Descrição para cegos: foto em preto e branco mostra um lago e, em primeiro plano, um homem em traje executivo no canto esquerdo observando uma criança com um homem utilizando uma vara de pescar. No fundo, há pessoas e crianças passeando ao redor do lago.

Gibran Khalil Gibran foi um poeta e filósofo libanês, que viveu entre 1883 e 1931, e publicou diversos livros e escritos, entre os quais o mais famoso é O Profeta, um compilado de textos que servem como ensinamentos transmitidos pelo personagem Al Mustafá. Ele despede-se da cidade onde passou certo tempo, e antes de sair, deixa alguns ensinamentos para a multidão que se aglomera para despedir-se dele. Dentre estes ensinamentos, um fala especialmente das crianças. No texto ele desmistifica a ideia de que os filhos são pertences dos pais. Eles são livres e dotados de vontade própria, e os pais devem encaminhá-los na vida e protegê-los, mas sem nunca impor-se sobre suas escolhas, sejam elas religiosas, ideológicas ou de opinião, sendo todos estes termos previstos no estatuto da criança e do adolescente. (Jhonattan Anderson)

Segue o texto:

“Depois, uma mulher que trazia uma criança ao colo disse, Fala-nos das crianças.

E ele respondeu:
Os vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da Vida que anseia por si mesma.
Eles vêm através de vós, mas não de vós.
E embora estejam convosco não vos pertecem.
Podeis dar-lhes o vosso amor, mas não os vossos pensamentos, pois eles têm os seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar os seus corpos, mas não as suas almas.
Pois as suas almas vivem na casa do amanhã, que vós não podereis visitar, nem em sonhos.
Podereis tentar ser como eles, mas não tenteis torná-los como vós.
Pois a vida não anda para trás nem se detém no ontem.
Vós sois os arcos de onde os vossos filhos, quais flechas vivas, serão lançados.
O Arqueiro vê o sinal no caminho do infinito e Ele com o Seu poder faz com que as Suas flechas partam rápido e cheguem longe.
Que a vossa inflexão na mão do arqueiro seja para a alegria; pois assim como Ele ama a flecha que voa, também ama o arco que se mantém estável.”

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