sábado, 10 de novembro de 2018

Campanha de Vacinação contra Poliomielite e Sarampo precisou de prorrogação para atingir a meta na Paraíba em 2018

Por Maria Eduarda

“Eu acredito ser melhor prevenir com vacinação agora do quê ter que remediar depois com tratamento dolorosos e demorados para as crianças e para os pais”. Onielle Chaves, 31 anos, mãe do Matheus Araújo que tem 1 ano e 11 meses, não esqueceu e marcou bem o dia que precisava vacinar o filho. Este ano com data marcada para o dia 6 de agosto, a campanha de vacinação contra a poliomielite e o sarampo precisou ser prorrogada para atingir a cobertura vacinal ideal. 

Onielle Chaves vacinou o filho de 1 e 11 meses durante a campanha (foto: acervo pessoal)

A meta, em João Pessoa, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) era de vacinar 95% do total de 42,6 mil crianças de um ano de idade até menores de cinco anos que moram na capital paraibana. O chefe da Seção de Imunização da secretaria, Fernando Virgolino, declarou que em caso de dúvida dos pais sobre a necessidade da vacina é sempre necessário buscar o profissional de saúde.

“Se a criança precisa tomar a dose ou não, os pais devem levar o cartão de vacina das crianças para que o profissional de saúde avalie a situação e oferte as doses das vacinas conforme a necessidade encontrada”

Segundo o Ministério da saúde (MS), a campanha de vacinação foi feita de forma indiscriminada para manter coberturas homogêneas. Para a poliomielite, as crianças que não tomaram nenhuma dose durante a vida, receberam a VIP. Já os menores de cinco anos que já tiveram tomado uma ou mais doses da vacina, receberam a VOP, a gotinha. Em relação ao sarampo, todas as crianças receberam uma dose da vacina Tríplice viral, independente da situação vacinal, desde que não tivessem sido vacinadas nos últimos trinta dias.

ÚLTIMOS CASOS DA DOENÇA

Apesar de não registrar casos há 30 anos, a poliomielite, também chamada de pólio ou paralisia infantil, teve a última ocorrência da doença na cidade de Souza em 1988, na Paraíba. A doença é contagiosa, aguda, causada pelo poliovírus, que pode infectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas e provocar ou não paralisia. Nos casos graves, em que acontecem as paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos.

Em julho deste ano, o Ministério da Saúde atualizou também as informações sobre a situação do sarampo no país. Até o dia 17 do mesmo mês, foram confirmados 444 casos de sarampo no Amazonas, 2.529 permanecem em investigação e 147 foram descartados. O estado de Roraima confirmou 216 casos da doença, 160 continuam em investigação e 38 foram descartados. Além disso, alguns casos isolados foram identificados nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rondônia. 


Ainda que tantos casos tenham sido confirmados no país, alguns pais sentem medo de dar a dose às crianças.“Hoje em dia as pessoas sentem muito medo de vacinar devido os tabus que colocam em cima da vacina, que a criança vai adoecer se tomá-la.” Disse Onielle Chaves, que apesar de ouvir relatos da família, dos amigos sobre os efeitos da vacina não exitou em completar a caderneta de vacinação do filho.

O prazo se estendeu em relação a campanha nacional, e seguiu até o dia 2 de setembro, mesmo com a intensificação do Dia D em todo o Brasil. Com essa extensão no prazo, foi necessário postos móveis que funcionaram em shoppings da capital durante o final de semana. 

A prorrogação tinha a intenção de conscientizar famílias que não buscaram nenhum posto ou unidade de saúde disponível para a dose. Como foi o caso da moradora do bairro Ernani Sátiro, em João Pessoa, que não quis se identificar, mas contou que preferiu não vacinar a filha de 3 anos. “Sei que é importante, mas os efeitos são ruins, e acho que ela é muito pequena para receber algo tão forte.” explicou.

Em nota publicada pela Secretaria de saúde da Paraíba, divulgada após a intensificação, foram confirmadas que mais de 220 mil crianças já foram vacinadas, com cobertura total de 95,39 % para pólio e 95,16 % para sarampo, no estado.

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